Este curso online, em parceria com o Instituto de Psicologia e Arte (IPA), debate 2 temas centrais da contemporaneidade: a ignorância e o conhecimento. Em cada tema, estudaremos um pensamento: o de Michel Foucault e o de Friedrich Nietzsche. Junto com esta abordagem, será utilizado um texto literário como campo de discussão das idéias apresentadas: o diálogo Alcibíades (Platão) e o conto O Homem Louco (Nietzsche). Não é necessária qualquer formação prévia para participar do curso.

CARGA HORÁRIA

30 horas
15 encontros semanais ao vivo
Plataforma Zoom
Com disponibilidade das gravações das aulas

Dia da semana: Quartas-Feiras
Horário: de 19h00 às 21h00
Duração: de 06 de Março a 26 de Junho de 2024
Fornecimento de certificado de conclusão do curso

SOBRE O CURSO

O objetivo do curso é mostrar como a filosofia é capaz de refletir sobre a contemporaneidade, ao mesmo tempo em que descreve a condição humana na história. Além disso, o curso visa fornecer instrumentos teóricos para que os participantes tenham uma apresentação de 2 autores fundamentais de nosso tempo, capacitando cada participante a ler e a discutir suas obras autonomamente. O curso é voltado para o público em geral, sem exigência de qualquer formação ou conhecimento prévio. Esta introdução ao pensamento filosófico será feito em 15 encontros online e ao vivo, de 2 horas de duração cada, com a disponibilidade das gravações de cada encontro, através da Plataforma Zoom.

Estrutura do Curso

O primeiro tema do curso será a ignorância. Vista como o inimigo a ser combatido, a falha a ser superada, a partir de uma leitura do filósofo francês Michel Foucault (1926-1984), em A Hermenêutica do Sujeito (1981-1982), a ignorância é entendida como o ponto de partida de qualquer reflexão filosófica. Foucault se voltará para a Antiguidade Clássica, mais especificamente para a figura inaugural de Sócrates, e mostrará como toda uma cultura antiga buscou incentivar o reconhecimento do não-saber como forma de sabedoria, como um modo distinto de constituição do sujeito. A ignorância está na base da noção fundamental da antiguidade: o cuidado de si. Será justamente através de práticas como a escuta, a partir de exercícios como o exame de consciência e com técnica de discurso que os antigos verão na ignorância o ponto capital para se saber portar no mundo, trazendo com isso as dimensões de ética e de política para a vida comum dos cidadãos. Através do diálogo escrito por Platão, intitulado Alcibíades, será possível entrever a intensidade deste olhar sobre a vida antiga.

O segundo tema a ser discutido no curso será o conhecimento. É impossível pretender descrever nossa cultura contemporânea sem um estudo do conhecimento. Poucas épocas na história o conhecimento foi tão valorizado e incorporado nas regras que orientam a sociedade como em nosso tempo. Mas, junto com os benefícios desta centralidade do conhecimento, que pode ser percebido no avanço científico e no surgimento de novas tecnologias, um filósofo alemão, Friedrich Nietzsche (1844-1900), mostrará, em Genealogia da Moral, que, por trás desta evidente força do conhecimento, há, concomitantemente, um lado sombrio trazido por esta forma do viver. Ressentimento, culpa, inveja, possessividade: nossa cultura rompe com uma tradição antiga em que o humano se constituía em conjunto com a natureza para ver surgir uma outra forma de cultura, baseado na objetividade, na teleologia e na produção. A partir do conto de Nietzsche, O Homem Louco, vamos refletir sobre o conflito presente em nossa cultura: de um lado, a pujança do conhecimento que acelera o desenvolvimento, por outro, o vazio existencial que interdita a reflexão e o pensamento.

Conhecimento e ignorância. Duas noções filosóficas, dois pensadores contemporâneos (Friedrich Nietzsche e Michel Foucault), duas obras literárias (O Homem Louco e Primeiro Alcibíades), um só projeto: apresentar a filosofia como um modo de pensar o humano inserido em seu tempo.

SOBRE O PROFESSOR

Marcelo S. Norberto, Doutor em Filosofia, é professor e pesquisador (CCE/PUC-Rio) e pesquisador pós-doc da Escola de Humanidades (PUCRS). Tem trabalhos publicados sobre Filosofia Francesa Contemporânea, com ênfase em Ética e Filosofia Política. Autor de “O drama da ambiguidade – a questão da moral em O ser e o nada” (Edições Loyola/2017), é co-organizador de “Sartre Hoje – 2Vol” (Editora Fi/2017), “Sartre e a política” (Editora PUC-Rio e Via Verita/2019), “Sartre e a Estética” (Editora PUC-Rio e Numa Editora/2021) e “Sartre e a Ética” (Editora PUC-Rio e Numa Editora/2022). Coordena também a coleção luso-brasileira “Fenomenologia e Cultura” (Nau Editora, Editora PUC-Rio, Documenta PT). Também é um dos coordenadores do Curso de Formação em Psicologia Existencial do IPA/RJ e do Ciclo de encontros Internacional “Subjetividade e Cultura” (PUCRS).

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